Bobó: muito mais do que um nome

Antes de mais, convêm sublinhar que o nome Mamadou Bobó é, por si só, merecedor de um lugar no nosso ilustre catálogo. A provar esta ideia está o grande número de leitores que o elegeram como o mais espectacular, numa lista de grandiosos nomes de craque. No entanto, importa dizer que Bobó era muito mais que um embaraço semântico. Tratava-se de um médio defensivo incansável, um jogador muito duro e trabalhador. Claro que também é possível que essa sua agressividade só tenha despontado no momento em que soube o significado do seu nome em Portugal.
Se é certo que o guineense marcou poucos golos na carreira, menos verdadeiro é que tenha chegado ao fim de muitos jogos sem um cartão. Bobó era uma ceifeira, um limpa-neves, um desparasitador. Ninguém que defrontasse o Boavista nos primórdios dos anos 90 ousava ter bola nos pés durante mais de cinco segundos. Mamadou mantinha os olhos de tal forma focados na bola que muitas vezes não se conseguia aperceber que à frente dela estava uma perna. Mas o que poderia ser considerado um problema de visão para alguns, foi visto pelo Chelsea como uma mais-valia, que contratou este antigo internacional e capitão da selecção da Guiné-Bissau para olheiro.  A comprovar a sua qualidade na prospecção de talentos está o facto de Bobó ter oferecido ao clube londrino uma jovem promessa proveniente do seu próprio sangue - o filho, Aliu Djaló (mais conhecido por Kaby) que está em Stamford Bridge desde os dezasseis anos, jogando actualmente nas reservas da equipa. Nada que alterasse muito o que já sabíamos: Mamadu Bobó é um caso único de devoção profissional. 

Dados da carreira do pai

Dados da carreira do filho