Bergessio: fobia ao golo
Em 2007, o Estádio da Luz viu chegar um jovem argentino parecido com o Joaquin Phoenix e com fama de bom avançado. Bergessio poderia estar na lista dos Craques-Fantasma, mas ao contrário dos outros jogadores referidos, o argentino teve muitas oportunidades concedidas por Quique Flores. Os adeptos deram-lhe margem de manobra, tendo em conta o tempo de adaptação necessário para muitos jogadores provenientes do outro hemisfério. Os golos tardavam, mas surgiam sucessivos votos motivacionais e El Lavandina fazia promessas de glórias futuras. Mas o tempo passava e Juan apenas acumulava falhanços desastrosos e lances plenos de tosquice. O tempo passava e a confiança do argentino começava a escassear. O golpe final aconteceu na goleada ao Boavista na Luz. O resultado estava nos 6 – 0 quando o árbitro assinalou um penálti a favor do Benfica. Bergessio antecipou-se a Simão, o marcador habitual, roubando-lhe a bola e assumindo a responsabilidade. Com fome de golo e sem pressão, graças ao resultado tão dilatado, seria ali o ponto de viragem na carreira de Juan em Portugal. Mas não foi. O guarda-redes defendeu e Bergessio regressaria a casa sem um golo marcado na Europa.
Na Argentina, o avançado recuperou a antiga fama, motivando o interesse de clubes italianos e do Porto. Chegou mesmo a ser convocado por Maradona para a selecção e agora voltou à Europa para jogar no Saint-Éttiene. Mas, aconteça o que acontecer, Bergessio será sempre, para nós, um admirável tosco.